Ao analisarmos os cursos de Direito, a maioria tende a tratar o ordenamento jurídico como um sistema autônomo e, portanto, bastante deslocado das instâncias sociológicas, filosóficas e éticas. A premissa pedagógica destes cursos não passa por um princípio crítico, reflexivo, estimulador da emancipação dos estudantes, elucidador do papel que terão para a construção da justiça social.
A atual história política do país reflete o desempenho de juristas que foram treinados para decorar códigos e, por isso, dominam muito pouco daquilo que é extranormativo. Esta antipedagogia não é, no entanto, à toa: é possível ver um mesmo perfil de juristas nas universidades e nas principais instâncias de poder no país, perfil de gênero, raça, socioeconômico, ideológico, movendo a máquina jurisdicional. A quem interessa manter este cenário com estes protagonistas?